23.7.13

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Pietro Ubaldi, o
Pensador do Terceiro
Milênio, o Apóstolo de Cristo.


Segunda-feira, 23 de julho de 2013


CARTA A PIETRO UBALDI




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"S. Vicente, 18 de dezembro de1953.
Nazarius,

Respondo a sua carta de 17 de novembro. Tudo vai bem. A gripe acabou. Ficou só o esgotamento físico que estou curando.

Li, com prazer, que a viagem vai ser antecipada. Ótimo! Ficamos combinados que você chegará a S. Paulo e virá direto para o meu endereço, onde o espero. É bom que seu tio o leve á estação de ônibus, para Santos, e eu não precise ir buscá-lo na capital. O ônibus pode ser o Expresso Brasileiro (amarelo e verde), que é o melhor, e a estação fica na Av. Ipiranga. O prédio se chama “Iguassu” – é um arranha-céu de nove andares. Tome o elevador até o nono andar, onde está o meu apartamento, 92. Nós almoçamos, em geral a uma hora da tarde, talvez mais tarde até às duas horas. Se você chegar depois do almoço, aprontaremos qualquer comida. Escreva-me o dia da sua chegada, aqui em S. Vicente. Peça ao motorista para descer nesta cidade. A linha é S. Paulo – S. Vicente – Santos. O Edifício à beira-mar, perto do morro e de uma colina. Do outro lado está a Ilha Porchat.

Talvez em 26 de dezembro eu vá a Porto Ferreira, mas voltarei antes do Novo Ano. Se não receber outras notícias, estarei à sua espera no dia primeiro de janeiro, como já me falou em sua carta. Se eu não estiver aqui a família o espera da mesma forma.

Votos de felicidade pelo Natal, obrigado pelo seu cartão. Continuo trabalhando muito, esperando você.

Um grande abraço.
Pietro Ubaldi"

COMENTÁRIO
Numa carta anterior, não publicada neste volume, Pietro Ubaldi falou de sua gripe: “Há mais de 25 dias que estou gripado, com febre leve, mesmo assim viajei e trabalhei. Hoje decidi chamar o médico (o que não costumo). Ele me falou que eu preciso trabalhar menos, mas tenho deveres e compromissos e não posso ficar parado. Comecei a trabalhar na escola aos cinco anos. Ela é um trabalho para meninos.”

O reencontro começou na residência do Dr. Albano Seixas Filho (Vice-Presidente da ABUC), no início daquele ano, como passamos a relatar:
No verão (janeiro e fevereiro) de 1953, Professor Ubaldi e sua família passaram em Atafona – praia tranqüila, a 40km de Campos – na residência dos pais de José Américo Motta Pessanha, uma casa ampla e bem ventilada, lá não era necessário o “bel mughetto”.
José Américo foi titular da cadeira de Filosofia na Universidade do Brasil e se destacou no campo da filosofia, com vários livros publicados, e sempre encantou os ouvintes, com sua vasta cultura, nas muitas conferências pelo Brasil.

Quando retornaram de Atafona, ficaram três meses na residência do médico Dr. Albano Seixas Filho e do casal Iracema e Olímpio Magalhães, na Rua Lacerda Sobrinho, em Campos.
Numa sexta-feira, à noite, no mês de abril, Pietro Ubaldi fez uma palestra na Escola Jesus Cristo, a convite de Clóvis Tavares. A palestra foi brilhante, dentro do Evangelho, como se um discípulo de Cristo a fizesse naquele momento. Nazarius não pôde conter as lágrimas, tal foi a emoção. Após o término, entrou na fila para cumprimentar o palestrante. Abraçou-o e ouviu dele estas palavras: “você pode ir à casa de Dr. Albano, amanhã, às 9 horas?” Depois de receber a resposta afirmativa, voltou a dizer-lhe: “estarei esperando por você”.

No dia seguinte, no horário marcado, Nazarius chegou e o Professor já o esperava na sala de frente. Após os cumprimentos, Ubaldi lhe perguntou: por que estava tão emocionado? Aquele jovem lhe respondeu que parecia ouvir um apóstolo de Cristo falando do Verdadeiro Evangelho, como o Mestre fizera há dois mil anos. Pietro Ubaldi lhe falou ainda mais sobre o conteúdo da palestra. A seguir começou a falar de si, de sua vida particular. Revelou segredos desconhecidos, até dos amigos mais íntimos. Nazarius ficou perplexo: estava diante de um homem que era, ao mesmo tempo, gênio e santo. Havia lido Kardec e toda bibliografia espírita. Orientado por Clóvis Tavares, além dos livros espíritas, leu vidas de alguns santos: assim, estava biologicamente maduro para reencontrar-se com o missionário de Cristo.

Se houvesse parâmetro para compará-lo a seres angélicos, colocá-lo-ia abaixo de S. Francisco de Assis. Recordava-se e conhecia bem o papel de Frei Leão na vida de S. Francisco; aquele soube guardar, no fundo do coração, os segredos deste e foi seu fiel discípulo, junto dos demais. Nazarius percebeu imediatamente, qual deveria ser o seu comportamento, guardando as devidas distâncias espirituais, diante daquelas revelações e qual o seu destino depois do encontro com Pietro Ubaldi.

Desde 1949, quando a Obra de Pietro Ubaldi começou a ser divulgada na Escola Jesus Cristo, por Clóvis Tavares, Nazarius se tornou um apaixonado por ela e se identificou com o seu conteúdo. Sua idade era de 20 anos. Em 1953, conhecia toda a primeira parte da Obra, escrita na Itália e publicada no Brasil pela LAKE ( Livraria Allan Kardec Editora ).




*

15.7.13

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Pietro Ubaldi, o
Pensador do Terceiro
Milênio, o Apóstolo de Cristo.




Segunda-feira, 15 de julho de 2013



PIETRO UBALDI O ARAUTO
DO TERCEIRO MILÊNIO


Por Ana Elizabeth Diniz

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Pietro Ubaldi é considerado um grande pensador, cristão e humanista do século 20. Nasceu em 18 de agosto de 1886, em Foligno, uma pequena província situada a 18 quilômetros da cidade de Assis, na Itália. Descendendo de nobres e criado por uma família extremamente religiosa, sempre obedeceu ao pai sem muitos questionamentos. Formou-se em direito na Universidade de Roma, mas nas horas vagas estudava inglês e alemão. Após sua formatura voltou para casa e o pai decidiu que ele deveria ficar um ano nos Estados Unidos. De volta à Itália, casou-se, a pedido da família, com uma moça órfã que mal conhecia e que vivia em um convento.

Havia herdado de seu pai uma grande fortuna que não quis considerar como sua por não ter sido fruto do seu esforço pessoa, e a ela renunciou começando a trabalhar como professor de inglês num colégio estadual em Módica, nos confins da Sicília.

Profundamente religioso, sempre que podia ia a Assis, onde teve sua primeira visão: dois focos de luz dourada com as imagens de Cristo e São Francisco de Assis. A partir dessa visão, Pietro Ubaldi começou a receber mensagens do mundo espiritual de uma entidade que passou a chamar de “Sua Voz”. Desses contatos foram transmitidas a ele sete grandes mensagens que se transformariam nos pilares do seu trabalho universalista. Sua inspiração e profunda conexão com o mundo espiritual o levou a dar explicações profundas sobre a fenomenologia universal ao mesmo tempo em que analisou objetivamente a evolução da humanidade, através de 24 obras escritas, sendo 12 na Itália e 12 no Brasil.

Em 1951, Pietro Ubaldi faz sua primeira viagem ao Brasil, onde proferiu inúmeras conferências. O seu trabalho recebeu tanta aclamação que ele foi convidado para morar aqui. Finalmente, em dezembro de 1952, ele se instala definitivamente em terras brasileiras e passa a viver em São Vivente, interior de São Paulo. Morreu no dia 29 de fevereiro de 1972, após concluir seu último livro “Cristo”. Tanto a data de sua morte quanto o teor do último livro foram previstos em seu livro “Profecias”, escrito 16 anos antes de sua morte.



Encarnações

Pietro Ubaldi teria sido Simão Pedro, o apóstolo que traiu Cristo três vezes. A ele teria sido confiada a missão de trazer para a humanidade as chaves do reino dos céus. Como Simão Pedro ele fracassou em sua missão, mas como Pietro Ubaldi trouxe para a humanidade as chaves do conhecimento divino através dos 24 livros publicados. Um pouco sobre essa encarnação pode ser encontrada no último capítulo do livro “História de um Homem” . Outra encarnação teria sido na figura do frei Leão, companheiro íntimo de São Francisco de Assis, Tal convívio poderá ser percebido no capítulo “São Francisco de Assis” , do livro “Ascese Mística” e no capítulo “São Francisco no Monte Alverne” do livro “A Nova Civilização do Terceiro Milênio”. Aí se pode perceber que Pietro Ubaldi estava junto ao santo quando ele recebeu os estigmas, dada a força da linguagem usada e a descrição detalhada que só quem viveu aquele momento poderia fazê-lo. Isso explica o motivo de Pietro Ubaldi ter sido um franciscano por natureza.

Outras duas encarnações sobre as quais sempre comentava foram vividas na França, quando, segundo ele, teria sofrido uma queda espiritual, experiência, talvez, até mesmo escolhida por ele para que na atual reencarnação desenvolvesse tão bem aquele assunto, com o fez em seus livros “Deus e o Universo”, “O Sistema” e “Queda e Salvação”.



Os três grandes aspectos do universo

A grande lei que gerou o universo é objeto de estudo do grande pensador Pietro Ubaldi que desenvolveu uma técnica de pensamento que ele denominou as “noures” , o inconsciente coletivo ou os registros akáshicos. O ponto alto de sua teoria é que o universo se equaciona em três aspectos fundamentais, individualizados e concomitantes. O primeiro modo de ser do universo, chamado de espírito, pensamento, lei, condensa-se e materializa-se, revestindo-se com a forma da vontade, concentrando-se no movimento. No terceiro momento, surge a matéria, isso é, o mundo da vontade exterior. O movimento que existe no universo não pe jamais um deslocamento unilateral, efetivo e definitivo, mas a metade de um ciclo que regressa ao ponto de partida após haver cumprido determinado dever, uma vibração de ida e volta completa em sua contraparte inversa e complementar. Dessa forma, teríamos espírito, energia e matéria (descida do ideal) e matéria, energia e espírito (espiritualização da matéria).



Imortalidade da alma

A ciência já chegou a admitir que o universo é o produto de uma grande inteligência, que antecede ao seu funcionamento. Então deve haver um princípio, uma ordem, uma lei que tudo regula. Para Ubaldi, isso significa que a personalidade humana não pode ser destruída, devendo sobreviver à morte.

Em seu livro “Princípios de uma nova Ética”, ele explica que as linhas fundamentais da personalidade se originam de quatro princípios: ordem, indestrutibilidade, evolução e finalismo. “A nossa condição presente é o produto da nossa conduta passada como a nossa condição no futuro será o resultado de nossa conduta no presente. Na maioria dos casos, o indivíduo vive cegamente, sem saber quem é e sem conhecer as finalidades para as quais ele existem que explicam e justificam a sua vida”.

Certamente essa á diferença entre o homem evoluído e o involuído. Esse último, considera Pietro Ubaldi, “ concebe sua vida isolada no curto trecho que pode perceber com os sentidos – o nascimento e a morte, como se esse parêntese percorrido no plano físico fosse toda a vida. O evoluído, ao contrário, tem consciência de uma vida muito mais vasta que vai além desses dois limites, uma vida imensa que abrange o seu caminho evolutivo na eternidade. Ele conhece os elementos do duplo problema: personalidade e destino, isso é, sabe quem ele é e qual é o objetivo particular que ele deve atingir na sua atual vida física em função dos objetivos maiores de toda a sua evolução”.

Para o pensador, “ a consciência que constitui o nosso eu não representa uma posição estável, mas uma entidade em contínua transformação devido ao seu deslocamento ao longo do caminho da evolução. O que chamamos de consciência dentro dos limites da qual percebemos, pensamos e nos sentimos vivos, não representa todo o nosso eu, mas só uma parte dele. O consciente humano é uma entidade que emerge do inconsciente, ou seja, de um mar desconhecido, que está além de nossa consciência e essa entidade com a evolução vai se deslocando de um plano de vida ou nível biológico para outro.





*

8.7.13

Pietro Ubaldi, o Pensador do Terceiro Milênio

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Pietro Ubaldi, o
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Segunda-feira, 8 de julho de 2013


PIETRO UBALDI E CHICO XAVIER

Por Clóvis Tavares



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Chico Xavier conhecia muito pouco da vida de Pietro Ubaldi, porque não havia literatura suficiente, o visitante não se revelava e a barreira lingüística impedia a fácil comunicação entre eles. Qualquer diálogo somente poderia ocorrer com a presença de um intérprete. Logo, aquele momento, depois da recepção das mensagens, de “Sua Voz” e de Francisco de Assis, era propício às revelações dos espíritos através de Chico, em que o fenômeno mediúnico se evidenciou com toda a sua autenticidade, relatado por Clóvis Tavares, em seu Trinta Anos com Chico Xavier.

“Após a recepção e leitura dos dois luminosos documentos, como de hábito, Chico passa a descrever, em sua encantadora simplicidade, os acontecimentos por ele percebidos no ambiente psíquico que se formara durante os serviços espirituais da noite.

Esse momento é assim descrito pelo Prof. J. A. Pessanha, um dos presentes: “Após a leitura, o querido médium brasileiro relatou o que foram para ele os instantes extraordinários que acabara de viver. Não podia individualizar: era uma grande luz que descia do Alto sobre o recinto. Sentiu-se transportado em espírito para muito longe e, nesse vôo, contempla na Itália distante o túmulo de São Francisco, em Assis, junto ao qual vê o Prof. Ubaldi despedir-se, antes de sua viagem ao Brasil, do seu grande amigo: o “Poverello” de Assis. Este fato real — depois narrado pelo próprio Prof. Ubaldi em carta aos amigos brasileiros — era ainda desconhecido de F. C. Xavier e então, só de conhecimento do Prof. Clóvis Tavares, em virtude de sua correspondência particular com o Missionário da Úmbria”.

Quero confirmar que, dessa visita do Prof. Ubaldi ao túmulo do Santo de Assis, captada psicometricamente pelo nosso Chico, ainda guardo alguns “souvenirs” que me foram carinhosamente presenteados pelo grande amigo italiano. Tudo maravilhosamente exato e exatissima-mente confirmado.

Agora, alguns aspectos de xenoglossia, através da límpida clarividência do médium Xavier.

Declara o sensitivo mineiro que dele se aproximou uma Entidade Espiritual, revelando chamar-se Lavínia e haver sido mãe do Prof. Ubaldi. Abraçou o filho, carinhosamente, dizendo: — “Para Cristo ele é um Apóstolo, mas para mim será sempre o meu “bambino”. E entre expressões afetuosas chamou-lhe: “Mio garo- fanino”.

O Prof. Ubaldi, muito feliz e muito comovido, sentindo, igualmente, a presença maternal, comprova tudo, declarando que era com esse “vezzeggiativo” que sua Mãezinha o apelidava ternamente, quando pequenino, “mio garofanino”: “meu pequeno cravo”.

Chico assinalou ainda a presença do filho do Professor, morto na segunda Guerra mundial, na batalha de Tobruk, no Norte da África, — o jovem Franco Ubaldi.

Finalmente, um fato ainda mais interessante, se é possível assim dizer. Chico registra a presença de uma irmã do Prof. Pietro, já desencarnada, que veio em companhia de D. Lavínia Alleori Ubaldi e de Franco, seu filho. Afirma ela chamar-se Maria. É aí que sobrevém algo de duvidoso e inédito, mas que veio a tornar-se um fato probatório extraordinário. O Professor declara, humildemente, que, de fato, tem uma irmã chamada Maria, mas ainda viva, na Itália, — Maria Ubaldi Papparelli...

Um momento abalador, de hesitação geral, de ansiedade, quase de choque, ante o insólito acontecimento. Mas, foi questão de segundos, de brevíssimos segundos: o Espírito Maria esclarece ao Professor, através de Chico, afirmando que ela fora também sua irmã, homônima da que estava viva na Itália, havendo morrido há muito tempo, quando Pietro Ubaldi estava ainda por nascer... O Professor, então, maravilhado, confessa que só agora, após a elucidação espiritual, recordava que, de fato, sabia haver tido uma irmã, que não chegara a conhecer pessoalmente, também chamada Maria, tal qual a que ainda se acha encarnada na Europa... Foi uma prova realmente maravilhosa, singularíssima, da verdadeira sobrevivência espiritual.

*

Imediatamente após a euforia que nos inundou as almas, ante o fato autêntico que acaba de ser narrado, o médium Xavier nos transmite o pedido de uma Entidade Espiritual amiga entre as que se encontravam no ambiente saturado de elevada espiritualidade.

O pedido foi dirigido ao nosso afetuoso anfitrião, Dr.Rômulo Joviano: que se dirigisse à estande localizada naquela sala e nos trouxesse, aos da mesa, o volume da primeira edição do Parnaso de Além Túmulo, que ali se encontrava; que o abrisse e verificasse a data do prefácio; escrito pelo próprio médium.

Assim foi feito. Dr. Rômulo leu as duas linhas finais daquele prefácio: “Pedro Leopoldo, Dezembro de 1931.

Francisco Cândido Xavier”. Então, a mesma Entidade Espiritual acentuou que “na mesma época, em dezembro de 1931, se iniciava também a missão pública do Professor Ubaldi, que havia recebido sua primeira página mediúnica igualmente em dezembro do mesmo ano : foi a primeira de suas Mensagens: “Mensagem do Natal”, recebida na Itália; na noite de Natal de 1931".

Uma outra concordância maravilhosa, entre as duas tarefas missionárias, registrada pela história, está no fato de que Francisco Cândido Xavier recebeu a primeira Mensagem do Além-Túmulo, em 8 de julho de 1927, e, Pietro Ubaldi escreveu, sob inspiração, “Os Ideais Franciscanos Diante da Psicologia Moderna”, também em 1927, verificável no livro Fragmentos de Pensamento e de Paixão. 

Foi naquele ano que Pietro Ubaldi fez o voto de pobreza, mas sua missão pública somente começou no Natal de 1931.

Negar é fácil, mas anular uma verdade é impossível!

*

Concluindo o encontro entre os dois missionários, afirmou ainda Clóvis Tavares

“O dia memorável se encerrou de maneira encanta-doramente espiritual. Entre outras mensagens recebidas pelo nosso admirável Chico, escolho esta do grande Espírito Cruz e Souza, intitulada “O Herói”, que o grande simbolista do parnaso brasileiro dedica ao ilustre visitante, já na madrugada da data natalícia do Professor Ubaldi (18 de agosto), homenagem aos seus 65 anos bem vividos, balizando a Verdade e o Bem:

O HERÓI

Afrontando o aguilhão torvo e escarninho
De sarcasmos e anseios tentadores,
Ei-lo que passa sob as grandes dores,
Na grade estreita do terrestre ninho.
Relegado às agruras do caminho,
Segue ao peso de estranhos amargores,
Acendendo celestes resplendores,
Atormentado, exânime, sozinho ...
Anjo em grilhões da carne, errante e aflito,
Traz consigo os luzeiros do Infinito,
Por mais que a sombra acuse, gema e brade !
E, servindo no escuro sorvedouro,
Abre ao mundo infeliz as portas de ouro
Para o banquete da imortalidade.
Cruz e Souza”.

De Pedro Leopoldo, dia 21 de agosto, a caravana. veio a Campos e o Professor Pietro Ubaldi fez cinco conferências em nossa cidade: duas na Escola Jesus Cristo, uma no Fórum Nilo Peçanha, outra no Trianon e a quinta na Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia. Ainda visitou a Academia Campista de Letras, a Liga Espírita de Campos e deu uma entrevista na Associação de Imprensa Campista. Em 30 de agosto, Pietro Ubaldi, Clóvis Tavares e outros companheiros retornaram à longa peregrinação pelo país.



*

1.7.13

Pietro Ubaldi, o Pensador do Terceiro Milênio

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Pietro Ubaldi, o
Pensador do Terceiro
Milênio, o Apóstolo de Cristo.





Segunda-feira, 1 de julho de 2013



A CHEGADA DE PIETRO UBALDI AO BRASIL

Por Clóvis Tavares


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Foi em Campos. Estado do Rio de janeiro, que surgiu o singular movimento em favor de Pietro Ubaldi, dois anos antes de sua vinda ao Brasil. O movimento nasceu na Escola Jesus Cristo, liderado pelo seu fundador, Clóvis Tavares. Em poucos meses, já tínhamos certeza de sua amplitude e no Natal de 1949 estávamos fundando a Associação dos Amigos de Pietro Ubaldi (AÁPU), nas dependências da Escola, com a finalidade principal de divulgar o Pensamento Ubaldiano através de impressos, jornais, opúsculos etc.

No ano seguinte, em 1950, o movimento cresceu, com muitas adesões de várias cidades do Brasil, inclusive de São Paulo. Ele havia ganho outra dimensão, com um novo plano: promover a viagem do patrono da Associação à nossa pátria para fazer uma série de conferências. Agora, aquele movimento não era mais regional e, por forças das circunstâncias, estava se ramificando para todo o país. Clóvis, então, propôs à Diretoria que se fizesse uma pequena alteração no nome da AÁPU, passando a chamar-se Associação Brasileira dos Amigos de Pietro Ubaldi (ABÁPU). Esta Associação muito contribuiu para a vinda do conferencista em 1951 e divulgou suas obras em muitas cidades do Brasil e do exterior. Quando Pietro Ubaldi chegou ao Brasil, pediu que alterasse o nome para ABUC ( Associação Brasileira da Universidade de Cristo), porque a Obra é inspirada por Ele.

No primeiro semestre de 1951, intensificou-se ainda mais a campanha para a vinda de Pietro Ubaldi, prevista para o início do segundo semestre. São Paulo assumiu a responsabilidade do programa e das despesas correspondentes. A ABÁPU entrou com a sua participação, através de uma ajuda financeira e, sobretudo, fazendo com que nossa pátria acordasse para aquele conferencista tão importante, através dos meios de comunicação. Além disso, preparou-se para receber o visitante em Campos, com alojamento e instalações adequadas; locais para conferências e o indispensável a uma boa recepção.

A chegada de Pietro Ubaldi mereceu de José Américo Motta Pessanha, professor da Universidade do Rio de Janeiro, uma bela página, publicada em A Notícia, matutino de nossa cidade, em 31 de julho de 1951.

“Quando o sol se elevou ao céu, na manhã do dia 22, encontrou já no aeroporto do Galeão, no Rio de janeiro, um grupo de pessoas que, ansiosas e emocionadas, perscrutavam os horizontes ainda envoltos em neblina, em busca — olhos e corações — do avião que da Itália distante traria para o Brasil o querido Prof. Pietro Ubaldi.

E em expectativa crescente, as almas transbordantes de felicidade, o grupo aumentava, constituído agora não só de inúmeros diretores e componentes da ABÁPU, de Campos, como também de vários representantes da Comissão Central Pró-Visita Pietro Ubaldi, amigos e admiradores de São Paulo, Minas e Distrito Federal. Lá estava ainda, irradiando toda a alegria que lhe enchia o coração, o ilustre cientista centro-americano Dr. Piero Gatty que, acompanhado pela esposa, há mais de quatro anos deixou sua terra, num giro de conferências sobre temas baseados em A Grande Síntese, percorrendo diversos países da América Central e do Sul e que, numa felicíssima convergência de fatos, chegou ao Brasil justamente quando aqui era esperado o Missionário da Úmbria.

Enfim, aproximava-se o grande momento. As brumas desfeitas deixaram transparecer um firmamento de azul puríssimo. Todos buscavam o alto, procurando identificar o avião italiano. Comovidos e felizes aqueles olhos percorriam a amplidão luminosa, pois de lá o Professor desceria até nós... Foi quando se deu um fato de singular beleza e que, por todos presenciado, a todos encheu de entusiasmo, emoção e encantamento: a nossa atenção foi atraída por um bando de alvas pombas que surgidas repentinamente, sem que ninguém visse de onde, bem juntas, sós no céu azul, passaram sobre nós dispostas em ordem formando a princípio uma cruz, depois um V, que caminha pelo céu... 

A grandiosidade do espetáculo assim tão sugestivo impediu-nos de exteriorizar o mundo de alegria e arrebatamento de que todos estávamos possuídos... As palavras de surpresa e de júbilo mal puderam ser articuladas quando, diante de nossos olhos maravilhados, o alvissareiro bando desapareceu, num firmamento límpido, sem nuvens como se rasgando o azul, atrás dele, subitamente se ocultasse... Os corações transbordavam. E eis que, tal como se estivesse sendo guiado por aquelas aves brancas — naquele instante desaparecidas — surgiu, enfim, diante de nós, o esperado avião. As emoções se sucediam em tal rapidez e intensidade que a todos envolviam, a sufocar o peito.

Seguiu-se a busca ansiosa do vulto amado, dentre os passageiros que desciam. E então ele surgiu. Pisava em terra brasileira que, em cumprimento de sua missão apostólica, vinha trazer à Terra do Cruzeiro as mensagens de Verdade e de Amor, abrindo-nos as portas do Terceiro Milênio. O momento era por demais grandioso para ser descrito com palavras, ainda que banhadas de emoção incontida... Era o cumprimento de uma Divina Promessa que os séculos não apagaram. E a realização do sonho que inúmeros corações acalentavam com carinho. Era a concretização, diante de nós, do momento sublime que, embora desejado ardentemente, acenava até então como a imagem fugidia e inatingível de um anseio muito alto.

“Afinal! Afinal” — murmurou o Professor, comovido, apertando a mão de um amigo. Sim, também para ele era o realizar-se de um desejo imenso; para sua alma, que cumpria uma Promessa, a concretização de um sonho.

E todos o cercavam emocionadíssimos, em felicidade indescritível, desejosos de receber dele algumas palavras, de cumprimentá-lo ou de estreitá-lo, mesmo de longe, no coração em festa. E estes momentos iam sendo filmados e fotografados, a fim de que se gravassem, conservando-se para o futuro, aqueles instantes que se nos ligavam os mais belos e maiores de nossa vida.
Depois, o Professor Pietro Ubaldi deixou o aeroporto, em companhia de seus amigos, dirigindo-se para o hotel Serrador, onde deveria se hospedar.

O Brasil acabava de receber o mensageiro de Cristo.
E foi assim, que ele chegou, naquela radiosa manhã de julho, surgida dentre as brumas afastadas pelo sol.

Muito tempo passará ainda até que o nosso povo venha avaliar o significado grandioso desse acontecimento. Por enquanto, muitos dormem os instantes finais de uma grande noite. Mas todos, um dia, serão despertos e, afastadas as brumas e as trevas pela chegada da luz, verão surgir um outro firmamento azul e radioso... Será a alvorada do Mundo Novo — Reino de Deus para os homens”.




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24.6.13

Website do Bruno Tavares > http://bruno-tavares.zip.net/

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Pietro Ubaldi, o
Pensador do Terceiro
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Segunda-feira, 24 deJunho de 2013



A MORTE

Por Pietro Ubaldi


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Se a natureza se mostra de uma suprema indiferença diante da morte, é porque esta, substancialmente, nada destrói; tanto que, não obstante as contínuas mortes, a vida continua. A morte nada destrói do que é matéria, nem do que é espírito.

A matéria abandonada volta a um nível inferior; é recolhida a um ciclo mais baixo de vida; o psiquismo reassume, então, o dinamismo, reúne os valores espirituais e ascende imaterial e invisível, para se equilibrar no nível que lhe é próprio por peso específico. Assim como a Natureza, lançando mão da luz e das cores, pinta os mais maravilhosos quadros e, depois, com indiferença, deixa que se desvaneçam, porque sabe reconstruí-los imediatamente, mais belos ainda, tão rica ela é de beleza, também a vida, com a química do plasma, com suas forças íntimas, com a sabedoria do psiquismo, modela as mais belas e maravilhosas formas e depois deixa que murchem e morram, porque sabe num instante refazê-las, e as refaz mais belas, numa infinita prodigalidade de germens.

A morte, com efeito, não lesa o principio da vida, que permanece intacto e é continuamente rejuvenescido devido à sua renovação continua através da morte. Se a Natureza não teme e não foge à morte, é porque esta é condição de vida e aquela nada perde da sua íntima economia. A natureza sabe que a substância é indestrutível; que nada jamais se pode perder, quer como quantidade, quer como qualidade; sabe que tudo ressurge da morte: ressurge o corpo, no ciclo dos escambos orgânicos e ressurge o espírito no psiquismo diretor.

Que é, então, a morte? Que é esta singular evaporação de consciência pela qual o organismo passa, num átimo, do movimento à imobilidade, da sensibilidade à passividade inerte? Contemplais, consternados, aquele corpo morto e em vão pedis que restitua à vossa sensação a centelha da vida, que se apagou. E, no entanto, nos primeiros momentos, a matéria ali está toda, ainda intacta; ali estão todos os órgãos, os tecidos, a forma; a máquina repousa completa. Falta apenas a vontade do conjunto, o psiquismo diretor; falta o poder central, e a sociedade se apressa em dissolver-se qual batalhão que perdeu o comandante, onde cada soldado pensa agora só em si mesmo, cuidando de se agrupar a outros batalhões, onde quer que os encontre. O imponente edifício ruiu, e outros construtores próximos - não importa se menos hábeis - correm para aproveitar os materiais para os seus edifícios. Tudo é logo retomado em novo círculo, reutilizado e revive ao sol. Nada, jamais, pode morrer. Apenas a unidade coletiva se dissolve em menores unidades componentes.

Ocorre então, a separação do psiquismo, e uma profunda mudança se dá no estado da matéria. Verifica-se neste fenômeno qualquer coisa que lembra outras mais simples mudanças de estado, como a passagem da matéria do estado gasoso ao estado líquido, até ao sólido. Há uma perda de mobilidade, liberação de energia. Nada se destrói na natureza, e mesmo a morte “deve”, por lei universal, fazer a restituição intacta do psiquismo, que desde então inutilmente procurais reencontrar naquele corpo morto. Não importa que o fenômeno se oculte no imponderável e assim escape aos vossos sentidos e meios de observação. Havia um psiquismo animador e agora já não o há. O universo todo, pela obediência constante à sua lei, proclama que esse psiquismo não pode ter sido destruído.

É um princípio que a todo momento vedes renascer, como do mar renascem as chuvas que nele se derramaram; renascer rico de instintos, proporcional ao ambiente; individualizado como estava quando o corpo morreu. Na morte, ele desaparece; no nascimento, ressurge.

Como seria possível que um ciclo, estabelecido para todas as coisas, não se fechasse, coligando os dois extremos ? Assim como o que não morre não pode ter nascido, também o que existia antes do nascimento não pode morrer. O que não nasceu com a vida, com a vida não morre.

A lógica do universo, a voz de todos os fenômenos, concordemente, vos conduzem a esta conclusão. Se, como está demonstrado, não obstante a mudança da forma, a substância é indestrutível, se é evidente a existência de um princípio psíquico, esse principio tem que ser imortal, e imortalidade não pode ser senão eternidade, equilíbrio entre passado e futuro, isto é, reencarnação. Se tudo o que existe é eterno, vós, que existis, sois eternos. Coisa nenhuma pode jamais se anular. Não há lei ou autoridade humana que possa destruir a lógica e a evidência dos fenômenos.

Sobrevivência do espírito é sinônimo de reencarnação. Ou se renuncia a compreender o universo — como faz o materialismo — ou, se admitido um plano, uma ordem, um equilíbrio como todos os fatos demonstram, necessário é seguir-lhes a lógica (não é possível parar no caminho) até às ultimas conseqüências. Vida e morte são dois contrários que se compensam, dois impulsos que resultam em equilíbrio, duas fases complementares de um mesmo ciclo.

Desaparecerá o espírito no indistinguível de um grande e amorfo reservatório anímico? Absurdo. Não vedes aquele princípio reaparecer amorfo, mas — ao contrário — com qualidades já definidas, visto que se manifestam rapidamente, isto é, qualidades de instinto, consciência e personalidade, com as quais o vistes desaparecer.

A unidade reconstruída se assemelha demais à unidade destruída, para que não possa se tratar da mesma. Só assim podeis explicar a presciência do instinto, a gratuidade de seu conhecimento, esse aparecimento de capacidades inatas sem um aparente precedente construtivo. Como poderiam os instintos, o destino, a personalidade nascer do nada, tão diversos e definidos, fora da lei universal de causalidade? É que eles são o passado que, por força daquela lei, renasce sempre e que morte nenhuma poderá, jamais, destruir. Seria absurda e impossível uma contínua construção e desintegração de personalidade, uma passagem do ser ao não-ser em que se despedaçasse a cadeia da causalidade que tudo prepara e tudo conserva. Além disso, tudo no universo é individualizado; tudo clama “Eu”.

Não existem esses tais mares de inércia, essas tais zonas de vácuo; enfim, a evolução não retrocede, nunca extingue; defende como a coisa mais preciosa os produtos de tanto esforço seu. E uma unidade coletiva tão complexa como o é a individualidade humana é o mais alto produto da vida e resume os resultados do maior trabalho da evolução. Poderia esta, porventura, em sua rigorosa economia, permitir a dispersão dos seus maiores valores? E, depois, por que razão o testemunho dos sentidos que se iludem, deverá ter mais valor do que o do vosso instinto, que vos diz:

“Eu sou imortal”, ou que o das religiões, o dos fenômenos mediúnicos, que a lógica dos fatos, que a voz concorde da humanidade inteira e dos tempos todos, que vos dizem: “Sois imortais”?

O psiquismo individual sobrevive nas plantas, nos animais, no homem; o desenvolvimento embriológico que repete e resume todo o passado vivido, demonstra que, na vida, o principio é sempre o mesmo, a continuar a sua obra. Essa indestrutível sobrevivência do passado no presente, que assegura a continuidade da evolução, vos demonstra, outrossim, a identidade constante do principio de ação. O psiquismo sobrevive e traz consigo o grau de consciência conquistado, que pode subsistir no material incorpóreo.

A morte não é igual para todos, pois que se é igual para o corpo, não é para o espírito. Nos seres inferiores, compreendido o homem nos primeiros degraus da evolução, o centro perde a consciência e se apressa em reencontrá-la, arrastado pela corrente das forças da vida para novos organismos. O grande mar tem suas marés, e ininterruptamente impele os seus princípios por sobre a onda do tempo, no alternativo ciclo de vida e de morte, porque essa é a via da ascensão. A evolução é uma força instante; está na natureza do dinamismo desse princípio animador aspirar sempre a novas expressões e mais elevadas realizações.

Essa perda temporária de consciência, nos seres inferiores, pode dar a impressão daquele fim de tudo que o materialismo sustenta; impressão, não realidade, pois que, nos homens mais evoluídos, que já penetram na fase alfa propriamente dita, a do espírito, a consciência não se extingue, mas recorda, observa, prevê e, a seguir, escolhe as provas com conhecimento de causa. A consciência é conquista; é prêmio de imensos esforços. No ambiente imaterial, pode subsistir no homem tudo quanto há nele de imaterial, isto é, a parte dele que foi pensamento elevado, sentimento não preso à forma. Tudo o que é baixo é treva; no alto estão luz e liberdade. Mas, através da sua luta cotidiana para depurar a matéria em forma de expressão cada vez mais transparente do espírito, a evolução vos eleva, cada vez mais, acima daquela morte que tanto vos horroriza, que é a treva da consciência, e a transforma numa passagem com a qual a personalidade cada vez menos se abala, até conduzi-la a uma mudança de forma em que o EU se conserva desperto e tranqüilo.


- Pietro Ubaldi -
(Texto extraído do Livro "A Grande Síntese", de Pietro Ubaldi.)



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